Como funciona a Neuroplasticidade do cérebro?
Uma das teorias que mais utilizamos em nossos processos é a da Neuroplasticidade. Podemos definí-la como: a capacidade do nosso cérebro de se modificar e reorganizar para formar novas conexões neurais ao longo de nossa vida.
Trata-se da habilidade do cérebro de reorganizar os neurônios e os circuitos neurais, moldando-se a níveis estruturais por meio de aprendizagem e vivências.
A neuroplasticidade permite que os neurônios se regenerem e que sejam criadas conexões sinápticas – meios de comunicação entre os neurônios.
De forma simples: a neuroplasticidade é o que permite que o cérebro seja adaptável a mudanças, atuando de forma maleável.
Para compreender melhor, imagine que o cérebro funciona por meio dos neurônios que percorrem diversos caminhos.
Esses caminhos seguem padrões, que podem ser alterados com a neuroplasticidade.
Essa remodelagem é feita por meio de um trabalho que envolve pensamentos, vivências, emoções, comportamentos, necessidades pessoais e mesmo o ambiente no qual o indivíduo está inserido.
Por meio desses fatores, a plasticidade permite que novas ligações entre os neurônios (as sinapses) sejam estabelecidas, alterando completamente a rede de conexões.
Esta incrível habilidade permite, por exemplo, que os nossos neurônios (células nervosas) possam curar lesões e doenças, simplesmente ajustando o funcionamento do nosso cérebro aos novos acontecimentos ou mudanças no ambiente.
Uau!
Esta forma diferente de responder aos estímulos externos nos faz compreender melhor que o nosso processo de cura, em alguns casos, pode se iniciar a partir de uma reprogramação mental. Ou seja, é possível crer na capacidade da mente de se ajustar às situações e conectar novas ligações que irão transcender o seu funcionamento normal.
Quanto mais nos concentramos e praticamos uma atividade nova, melhores se tornarão nossas competências e habilidades, melhores nos tornaremos naquilo e mais condições teremos de superar desafios e problemas e ir além. Só precisamos de uma única razão, para modificarmos todo o resto!
Para isso, entretanto, o nosso cérebro precisa ser constantemente estimulado, pois são estes estímulos que fazem nascer as novas conexões neurais, que por sua vez, fazem com que sinapses, que até então não trabalhavam juntas, possam se unir e nos ajudar a aperfeiçoar uma nova competência, talento, qualidade. Incrível, não é mesmo?
Quando a neuroplasticidade entra em ação?
A neuroplasticidade se dá principalmente na infância, fase em que as crianças adquirem novos conhecimentos e comportamentos sociais de forma constante.
Mas ela também ocorre na fase adulta, de modo que os indivíduos se adaptem às suas necessidades. É um processo diário e natural do corpo humano. Mas, na vida adulta, ele entra em ação principalmente quando o indivíduo sofre lesões físicas ou cerebrais.
Problemas como derrames, traumas e acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo, estimulam a neuroplasticidade.
Contudo, ela também é promovida por meio de novos aprendizados realizados pelo indivíduo, como aprender um novo idioma e tocar instrumentos musicais, por exemplo.
Tipos de neuroplasticidade
Existem cinco tipos de neuroplasticidade: dendrítica, axônica, sináptica, somática e regenerativa e vamos explicar cada uma delas agora.
Dendrítica
As espinhas dendríticas, em que ocorrem as sinapses, sofrem alterações em número, disposição, comprimento e densidade.
Esse tipo de neuroplasticidade ocorre principalmente nas primeiras fases do desenvolvimento.
Axônica
É a plasticidade inicial, que ocorre entre zero e dois anos de vida, e é crucial para o desenvolvimento do sistema nervoso.
Sináptica
É constituída pela capacidade de alterações nas sinapses entre as células nervosas.
As sinapses podem se tornar mais fortes ou mais fracas, dependendo dos estímulos externos e internos.
Somática
É aptidão para regular o aumento ou morte das células nervosas.
Ocorre somente no sistema central embrionário e não está suscetível a influências externas.
Regenerativa Mais frequente no sistema nervoso periférico, a neuroplasticidade regenerativa é capacidade de regeneração de axônios lesados. E como isso me impacta? Essas sinapses neurais são responsáveis por registrar nossas crenças em nossas memórias, sejam memórias conscientes ou inconscientes, e memórias cognitivas ou emocionais.
Tudo o que vemos, ouvimos e sentimos trazem uma experiência interna de como eu recebo esse estímulo, de como eu percebo esse estímulo e de como eu reajo a esse estímulo, o significado que eu aplico a esse estímulo.
E isso tudo fica registrado na memória em forma de aprendizado, gerando uma crença através dessas sinapses neurais.
Nossas crenças determinam nossas percepções, escolhas, ideias, comportamentos, sentimentos, saúde, relacionamentos, por exemplo.
Em outras palavras, elas determinam nossas vidas em todos os aspectos, as crenças estão na base de todos os nossos resultados, tudo o que você vive hoje de positivo, é fruto de suas crenças fortalecedoras e tudo o que você vive hoje de negativo é fruto de suas crenças limitantes, e também alguns resultados positivos podem vir de crenças limitantes (memórias negativas).
O sucesso e a vida plena é, sobretudo, sobre as suas crenças de identidade, capacidade e merecimento. Não adianta ter sem ser! Quando uma pessoa não se sente rica, mas tem muito dinheiro, ela acaba perdendo tudo.
A partir dessa conclusão, temos a Pirâmide do Indivíduo, que é dividida em três partes:
eu sou, eu faço e eu tenho.
Essa é a ordem primária que conduz o indivíduo ao sucesso. As crenças determinam passado, presente e futuro.
Mas esse é um assunto para o próximo post.
O que você faz para estimular o seu cérebro? Cuide bem desse órgão tão magnífico que temos no nosso corpo!
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